O
CANO DE DESCARGA E OS NOSSOS PULMÕES
Luiz
Ferreira da Silva, 88

(Capital paulista com o céu substituído pelos gases
de origem fóssil)
Quando
se fala em São Paulo, esquece-se o tudo de bom que a cidade dispõe para o país.
A saúde de primeiro mundo, as universidades de primeira linha, a formação de
mão-de-obra especializada para todo o país, a produção cultural de grandes
teatros, a gastronomia universal, os parques bem cuidados, os empregos das
multinacionais, incentivando o crescimento profissional.
Pelo
contrário, vem à tona a poluição do seu ar, o trânsito irritante e o tempo
perdido nos deslocamentos, pondo para baixo toda grandiosidade paulistana.
São
mais de 7 milhões de carros, ônibus, motos, gritando pelo seu cano de
descarga, jogando principalmente dióxido de carbono, outros gases maléficos
e fuligem pelos céus da pauliceia, afetando a saúde de todos.
O
Brasil ainda insiste em ser das Arábias, investindo em novas fontes petrolíferas,
não respeitando os nichos ecológicos, a exemplo da persistência do nosso
Presidente em escavar as terras da margem equatorial do Amapá.
Enquanto
isso, o Brasil tem forte incidência de sol e muito espaço para uso de placas
solares. Portanto, é um lugar perfeito para a geração de energia solar, uma
energia limpa e sadia. Por qual motivo não há tantas iniciativas do tipo por
aqui?
Há
diversas outras fontes pelos campos agrícolas, pelos resíduos orgânicos, pelas
ventanias nordestinas. São mais caras, mas saúde não tem preço e um plano de
governo poderia alavancar este Brasil sem canos de descargas. O
futuro, neste contexto, é hoje.
De
repente, a tecnologia possibilitou a fabricação do carro elétrico, com um motor
de poucas peças e, sobretudo sem o tal cano de descarga, contrastando com
os à combustão, um trambolho pesadão.
Voltemos
à capital paulista para um exercício futurista, “viajando” num projeto, com
vistas a trocar toda frota poluidora por carros elétricos, mandando para a
reciclagem 7 milhões de carcaças. Vale a pena se flutuar neste mundo ilusionista,
sobretudo quem já passou dos 80 anos.
Nesta
visão, a ideia seria conjuminar o carro elétrico com a energia solar,
iniciando-se pelos edifícios. Placas solares para abastecer os carregadores
individuais de seus moradores.
E,
em toda a Cidade, pontos estratégicos de produção energética, acoplados a uma série
de abastecedores dos transitados pelas vias e estradas de acesso à região
metropolitana.
Ademais,
desenvolver nos grandes rios e espelhos d’agua, a energia solar flutuante, que
representa uma solução promissora, como tem demonstrado os técnicos chineses,
cujo modelo pode nos servir como exemplo. Inclusive, a cobertura da água com
painéis solares pode reduzir a evaporação, contribuindo para a conservação da
água nos lagos e reservatórios.
Finalizo,
lembrando que a era da pedra não se acabou por falta de rochas e que o petróleo
pode se acabar com os poços cheios do óleo negro. (Maceió, 17.02.2025).
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