quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

 

O CANO DE DESCARGA E OS NOSSOS PULMÕES

Luiz Ferreira da Silva, 88

luizferreira1937@gmail.com


 

(Capital paulista com o céu substituído pelos gases de origem fóssil)

 

Quando se fala em São Paulo, esquece-se o tudo de bom que a cidade dispõe para o país. A saúde de primeiro mundo, as universidades de primeira linha, a formação de mão-de-obra especializada para todo o país, a produção cultural de grandes teatros, a gastronomia universal, os parques bem cuidados, os empregos das multinacionais, incentivando o crescimento profissional.

Pelo contrário, vem à tona a poluição do seu ar, o trânsito irritante e o tempo perdido nos deslocamentos, pondo para baixo toda grandiosidade paulistana.

São mais de 7 milhões de carros, ônibus, motos, gritando pelo seu cano de descarga, jogando principalmente dióxido de carbono, outros gases maléficos e fuligem pelos céus da pauliceia, afetando a saúde de todos.

O Brasil ainda insiste em ser das Arábias, investindo em novas fontes petrolíferas, não respeitando os nichos ecológicos, a exemplo da persistência do nosso Presidente em escavar as terras da margem equatorial do Amapá.

Enquanto isso, o Brasil tem forte incidência de sol e muito espaço para uso de placas solares. Portanto, é um lugar perfeito para a geração de energia solar, uma energia limpa e sadia. Por qual motivo não há tantas iniciativas do tipo por aqui?

Há diversas outras fontes pelos campos agrícolas, pelos resíduos orgânicos, pelas ventanias nordestinas. São mais caras, mas saúde não tem preço e um plano de governo poderia alavancar este Brasil sem canos de descargas. O futuro, neste contexto, é hoje.

De repente, a tecnologia possibilitou a fabricação do carro elétrico, com um motor de poucas peças e, sobretudo sem o tal cano de descarga, contrastando com os à combustão, um trambolho pesadão.

Voltemos à capital paulista para um exercício futurista, “viajando” num projeto, com vistas a trocar toda frota poluidora por carros elétricos, mandando para a reciclagem 7 milhões de carcaças. Vale a pena se flutuar neste mundo ilusionista, sobretudo quem já passou dos 80 anos.

Nesta visão, a ideia seria conjuminar o carro elétrico com a energia solar, iniciando-se pelos edifícios. Placas solares para abastecer os carregadores individuais de seus moradores.

E, em toda a Cidade, pontos estratégicos de produção energética, acoplados a uma série de abastecedores dos transitados pelas vias e estradas de acesso à região metropolitana.

Ademais, desenvolver nos grandes rios e espelhos d’agua, a energia solar flutuante, que representa uma solução promissora, como tem demonstrado os técnicos chineses, cujo modelo pode nos servir como exemplo. Inclusive, a cobertura da água com painéis solares pode reduzir a evaporação, contribuindo para a conservação da água nos lagos e reservatórios.

Finalizo, lembrando que a era da pedra não se acabou por falta de rochas e que o petróleo pode se acabar com os poços cheios do óleo negro. (Maceió, 17.02.2025).

 

 

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