sábado, 24 de junho de 2023

SÃO JOÃO DE CHAPEU DE COURO

 

É SÃO JOÃO!

Luiz Ferreira da Silva, 86.

Neste mês de junho, o Nordeste abre o seu sorriso: é só alegria. Começa no dia de São José. A satisfação do Homem, lá do agreste de Caruaru, que plantou seu pequeno roçado no dia de São José e está se deliciando com o mungunzá, a pamonha, a canjica, sob o calor da fogueira e ouvindo "Olhar pro céu meu amor", do Gonzagão.

E tudo é simples. Basta se atentar ao harmonioso trio instrumental que contagia a todos.  Uma sanfona, uma zabumba e um triângulo. Só, somente só. Faz um maracanã dançar. Não abafa a voz do bom cantor e o povo sente a música, estremece o corpo e aplaude.

Os três simples instrumentos nasceram um para o outro: se entendem, se harmonizam e se sonorizam. Só podiam ser filhos do Gonzagão.

 


Antes eram dois e só depois foi agregado o triângulo, quando o rei do baião viu um garoto vendendo picolé com o instrumento lhe servindo de chamada de atenção ao seu produto. Imediatamente, deu-lhe um estalo e estava formado o trio.

Eu, que nada sei de música, fico encantado e até gostaria que um musicista, a exemplo do pianista João Carlos Martins, estudasse esse fenômeno harmônico, patrimônio sonoro nordestino.

Nada a ver com as bandas de forró de hoje, com uma ruma de instrumentos, produzindo mais zoada do que som melodioso. Talvez, uma estratégia dos cantores – a maioria sem talento – para abafar a sua voz desafinada.

ISSO É O QUE SE CHAMA FELICIDADE!