quarta-feira, 8 de maio de 2024

A MÃE NATUREZA


 PENSE NISSO!
O Homem é o único animal capaz de causar a própria destruição da sua espécie, mercê da sua ganância imediatista e insensibilidade às leis preservativas da MÃE NATUREZA.

 

A CATÁSTROFE GAÚCHA

E A MÃO IMPEDIOSA DA MÃE NATUREZA

Luiz Ferreira da Silva,87 


Todos estarrecidos com as chuvas no Rio Grande do Sul destruindo tudo pela frente, causando danos físicos e na alma dos seus habitantes.

Temporais constantes, afetando os vales dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos, Gravataí. Além do Guaíba, em Porto Alegre, deixando mais de 80 mortos, uma centena de desaparecidos e danos em casas, estradas, pontes.

Havia uma Natureza provendo ao Homem, exigindo apenas sua interação com o ambiente fito-ecológico, ademais do mote: usar sem depredar. De outra forma, ela não se responsabilizaria com as consequências, alertando: quem transgredir as minhas leis será cobrado mais tarde.

No meio rural, a derrubada da vegetação das ribeiras dos rios, evita a erosão de suas margens e até contribui com a riqueza ictiológica. Nas Cidades, as obras que tamponam e compactam o solo, as edificações em áreas declivosas, as barreiras verticais, os esgotos contaminantes, as árvores plantadas inadequadamente no meio urbano, são agressões.

A chuva é um presente de Deus. Fator fundamental da vida. Mas o Homem, no seu imediatismo e individualismo, também influi negativamente nos seus ciclos, anteriormente bem definidos, provocando distúrbios de toda sorte.

Exemplifico aos prezados leitores para melhor elucidação:

*. No ambiente natural, a chuva é uma dádiva; sempre benvinda. Ela, ao cair, é amortecida pelas árvores, evitando que a sua energia destrua o solo, causando erosão. Imediatamente, as águas vão se amoldando ao terreno, procurando o seu caminho para chegar ao leito do rio, sem antes ir recarregando os depósitos subterrâneos. Nesse seu trajeto, vai molhando as raízes das plantas, solubilizando os nutrientes (alimentos dos vegetais e microrganismos) e matando a sede dos animais. Depois, transforma-se em “fumaça” e volta a formar nuvens, fechando o ciclo biológico.

*. Diferentemente, uma chuva que cai numa Cidade, cujo Natureza foi alterada, é sempre motivo de preocupação. A ação do homem sem a devida atenção às características do solo e aspectos físico-hídricos repercute no bem-estar da população, desde um simples alagamento à queda de barreiras com danos irreparáveis, como está acontecendo presentemente com os irmãos do Sul.

Dessa forma, além de se ajuizar o Homem, de modo geral, quanto à educação ambiental, é também importante que os Engenheiros aprendam a construir obras que atendam aos ensinamentos da Mestra Natureza.

Portanto, pela má intervenção do homem, cada vez mais se agrava o problema da água, não só neste aspecto catastrófico, mas para próprio consumo humano, como também para uso industrial e, principalmente, para utilização na agricultura (irrigação), antevendo-se carência ou grande dispêndio no tratamento desse importante recurso no próximo milênio. (Maceió/AL, 07-05-2.024).

 

 

 

 

terça-feira, 30 de abril de 2024




O MANJAR DOS DEUSES

PARA A MESA DOS RICOS.

Luiz Ferreira da Silva, 87

Luizferreira1937@gmail.com

 

                                  (De sol a sol/roça de cacau); suor e pouco "dindim")

            

                                (Indústria na Suíça; sombra e muitos euros)

A cacauicultura baiana sempre viveu em crises e os produtores recorrendo aos bancos para saldar suas dívidas, por diversos motivos, incluindo preços ditados por agentes internacionais, sem que possam dar um pio, quando são eles os protagonistas principais.

No entanto, nunca se soube de uma crise nas indústrias chocolateiras lá dos países maravilhas, ricos e gestores dos produtos agrícolas produzidos pelos países pobres. A Mars, a Nestlé, a Cadbury e tantas outras sempre faturaram sem quaisquer óbices.

Então, prezado leitor, concluo: “CULTIVO PRODUZIDO POR POBRES PARA OS RICOS SE REFASTELAREM”, NÃO É UMA BOA LABUTA AGRÍCOLA”. Desequilíbrio com a gangorra sempre pesada para os produtores.

Enquanto isso, os suíços e belgas que jamais viram um pé de cacau, enchem os bolsos de euros com o suor dos morenos peões sul baianos . E os nossos ricos ainda contribuem com a aquisição de chocolates finos alienígenas.

Como alterar essa equação tão cruel para quem produz?

Em 1970, estive em Chigorodó, Colômbia, que estava implantando um polo cacaueiro, visando suprir o se déficit de consumo. O país produzia 15.000 toneladas e importava outras tantas para satisfazer a sua demanda.

Mas não se comia chocolate, porém se bebia chocolate. Eu disse chocolate, ou seja, xícaras com “suco” de sustança, e não toddy ou achocolatado que, de cacau, só tem o cheiro.

Então, Brasil Varonil, vamos beber chocolate, iniciando um projeto estratégico de consumo interno, na expectativa de, em 10 anos, mudar a atual matriz de comercialização do cacau.

Inicialmente, ações do governo via CONAB, abastecendo as merendas escolares; as rações das forças armadas; as repartições públicas. Em consonância, campanhas de estímulos ao consumo da bebida e incentivos às fabriquetas de chocolate com cacau produzido no país, mesclando as amêndoas baianas com as da Amazônia, aproveitando algumas características diferenciais. Jamais importação para “blended”.

E dessa maneira, os produtores iriam se organizando comercialmente através de cooperativas ou grupos associativos, passando de simples figurantes, como dantes, à condição de atores principais; artistas, de fato e não “bandidos”, como os das fitas de meus tempos do cine-ideal, 1950. (Maceió, 27.04.2024).








quinta-feira, 25 de abril de 2024

IDOSO, IDADE, CAPACITAÇÃO.



 IDADE SEM CARTEIRA DE IDENTIDADE

 Luiz Ferreira da Silva, 87


 É coisa da nossa sociedade carimbar as pessoas, geralmente botando-as para baixo, por um atributo físico ou pela sua idade. A altura, por exemplo, é um atributo que eleva ou abaixa alguém. Admirados, os chamados “catarinas”, fuzileiro navais nascidos em Santa Catarina, pelo porte de mais de 1,80 m. Na outra ponta, os sacaneados como “baixinhos”, aqueles de menos de 1,60 m, maiormente nordestinos e nortistas. 

Ruy Barbosa que era baixinho, possivelmente revoltado pela alcunha, dizia que o homem se mede do pescoço para cima, externando a sua condição de baiano inteligentíssimo. 

Por outro lado, todo idoso é tido como decrépito, haja vista, por exemplo, as placas que indicam estacionamento privativo, caracterizadas por uma imagem caricata de bengala. 

Feito esse prólogo, chamo ao leitor para reflexionar sobre a questão da idade que, muitas vezes, pode ser um fator depressivo ou de revolta, em razão da má avaliação de instituições sociais, familiares e mais gente por esse mundo de pouco pensar. 

O prezado leitor tem 59 anos e se sente jovial e sem preocupação com a idade. De repente vira a folhinha e cai na faixa dos idosos, 60 anos, instituída pela sociedade, com novas regras. O plano de saúde o define de peso morto, causador de prejuízos, aumentando sua faixa de contribuição ao limite máximo. Isso, além do baque no bolso, pode gerar uma crise de idade, quando. muitos não se atentam para o fato da proximidade da velhice e passam a brigar contra ela, comportando-se como se fossem ainda jovens e refutando a mudança iminente. 

As academias estão cheias deles, na luta exibicionista de músculos rígidos, bem como as chamadas casas de produtos naturais, na procura de “detoxs” e outras misturebas, na ilusão de ludibriar o relógio da vida que continua a girar. O pior de tudo é que pode afetar a mente, desequilibrando corpo-alma, sem saber se alocar, alternando um estado de euforia com sinais depressivos. 

Isso porque esse jovem idoso de 60 alterna se igualar aos de 50, exibindo fortaleza e, em outro momento, amofinar-se à faixa dos de 70. Nenhuma coisa e nem outra. Mas retardar o peso da idade, de modo a atingir as demais faixas com bem-estar e produtivo, procrastinando os anos de vida salutar. 

Por outro lado, há uma ideia muito errada em limitar exageradamente o idoso, sobretudo a partir dos 70, focando na sua carteira de identidade. Como exemplo, a partir daí, a renovação da CNH se reduz a 3 anos. Ora, anos vividos podem não significar decrepitude. Conheço idosos de menos de 75 anos com estado físico-emocional sem condições de dirigir um carro, bem como outros de mais 85 anos sem quaisquer restrições à prática automotiva. 

Esse fato merece certa reflexão. Deve ser muito triste uma pessoa se sentir limitado, seja na dificuldade de se locomover ou se autodeterminar, mesmo tendo uma idade relativamente precoce. É um baque tremendo, assim creio, afetando não só sua qualidade de vida, mas perdendo a razão de viver, só enxergando o seu fim, sem visão futura. 

Diferentemente, um idoso com bem mais idade, que conseguiu chegar a esse patamar sem limitações drásticas, podendo se locomover sem bengala, interpretar textos, discutir as coisas do mundo que busca se antenar cotidianamente, enxerga a vida com pensamentos positivos e não sente a morte chegar, por mais velho que seja. Está sempre cheio de vida. 

Dessa forma, não é correto que se defina a capacitação de um idoso, simplesmente pelos dígitos contidos em sua carteira de identidade, mas pelo seu estado vital. Ele tem que ser o que pode ser e não o que outros acham. Então, meus prezados leitores. 

A partir dos 60, adaptar-se a um novo estilo de vida, com vistas a ultrapassar outros decênios sem os traumas e focando na vida, prolongando o seu tempo de utilidade. Procrastinar, sempre e fazer o relógio da vida continuar com seus ponteiros girando, também sempre. (Maceió, AL, 23/04/202).

sexta-feira, 19 de abril de 2024

PRAIAS SELVAGENS

 

A MINHA PRAIA

Luiz Ferreira da Silva, 87

 

 

Tenho uma identidade muito grande com o mar. Nasci em Coruripe de praias lindíssimas. Vim morar em Maceió e cresci me deleitando com a beleza da praia da avenida. Fui para o Rio de Janeiro e tomei muitos banhos na praia de Itacuruçá. Conclui meu curso de agronomia na UFRRJ e fui prestar serviços no Sul da Bahia, usufruindo das águas límpidas do mar de Ilhéus. Aposentado, voltei à terra dotada de uma orla sem igual, tanto na capital, quanto no litoral de norte a sul.

Então: 

*. Sou do tempo das praias sem calçadão, sem semáforo e sem luzes de led.

*. Sou do tempo das praias com ouriços, areias brancas e salsas para se brincar de “saltar corda”.

*. Sou do tempo do “pegar jacaré”, pular dos trapiches e descer das dunas em palhas de coqueiros.

*. Sou do tempo de olhar o céu estreado, comer peixe frito e buscar castanhas.

*. Sou do tempo de pegar siris com jereré, guaiamuns nas restingas com latas de óleo e comer guajurus.

*. Sou do tempo do banho morno das tardes, emanando saúde salitrada, sem plásticos boiando e nem garrafas pet.

*. Sou do tempo do caminhar rés aos mangues, ouvindo o barulho dos aratus nas árvores, os caranguejos peludos se enlameando e as aves se alimentando das piabinhas.

*. Sou do tempo de se ouvir o ronco do mar, do apanhar conchinhas e do se escaldar sob o sol inclemente.

*. Sou do tempo dos vendedores de bolo em fatias, dos pés de moleques nas folhas de banana e beijus chapéu de coro.

Enfim, como vês, caro leitor, não existe mais a minha praia! (Maceió, 19.04.2024).

 

 

 

quinta-feira, 18 de abril de 2024

BBB24

 

SEM FAZER FORÇA

Luiz Ferreira da Silva,87

 

Milhares de pobres que sonham em ser ricos sem suar, sem estudar, aplaudem e sonham ser um Davi, campeão do BBB24.

Esse, um só que virou milionário, nada representa como estímulo aos jovens que ralam por um lugar ao sol, com o agravante do desserviço prestado pela Rede Globo.

Imaginemos Davi numa mansão, cheio de puxa sacos, se achando o porreta da Bahia. Provavelmente, não sente no coração o valor daquele bem, pois lhe chegou de paraquedas. Se, ao contrário, em outro cenário: “Davi toma fresca na varanda de sua modesta casa, construída com os ganhos da luta cotidiana… e ao adentrar se benze e sente uma sensação sem igual na sua alma, por aquela edificação, fruto do seu suor e digna labuta.

São momentos bem diferentes. De um lado, muitos risos, porém sem brotar as alegrias que vem do seu âmago. Do outro, um coração repleto de felicidades. (Maceió, 17.04.2024)

 

terça-feira, 9 de abril de 2024

VENDILHÕES ATUAIS DO TEMPLO.

 


JESUS E OS NOVOS VENDILHÕES DO TEMPLO

Luiz Ferreira da Silva

luizferreira1937@gmail.com

 



 

Os colegas Tourinho e Manoel Macedo, cientistas sociais de renome, em um artigo aguçou a minha mente, com esses dois parágrafos.:

No último pleito para eleição do presidente da República, as religiões desligaram dos céus e ligaram os seus discursos e práticas na terra, apenas na terra. E o pior, como diz José Antônio Pagola na obra O Caminho Aberto por Jesus, “infelizmente, o cristianismo, como é vivido hoje por muitos, não suscita ‘seguidores’ de Jesus, mas só adeptos de uma religião”.

As Igrejas, acantonadas em cada esquina citadina viraram células político-partidárias, verdadeiras “seitas””, que induzem os seus adeptos a apoiar candidaturas profetizadas como messiânicas, embora passantes ao largo do caminho de Jesus. Inúmeros desses “profetizados” chegam ao Congresso Nacional com a Bíblia debaixo do braço, e se tornam imediatamente integrantes de grupos de pressão, que se sentem superiores na estrutura de poder a exemplo da bancada evangélica, da bala, do boi, entre tantas.  Em verdade, Jesus Cristo, não criou nenhuma igreja e nem religião, ele trouxe um projeto civilizatório, muito além de seu tempo.

Isso me fez voltar a um livro que li, anos atrás, que me provocpu um bem danado e passei a “usar” Jesus de uma outra maneira.

Em seus passos o que Jesus faria? ... Charles Sheldon narra as profundas mudanças que ocorrem quando um pastor desafia sua comunidade a praticar a fé em Jesus Cristo, com uma simples pergunta: “o que Jesus faria em meu lugar” que passou a nortear as minhas ações.

Jesus criou o manual de comportamento humano, dando régua, compasso, bussola, teodolito e mouse; e reinventou a fé. Não edificou igrejas, mas fincou nos nossos corações a Igreja do bem.

No entanto, o Homem desvirtuou e, o pior, passou a usá-LO para se locupletar; meio de cultura para os políticos malfazejos, para os espertinhos de Bíblia nas mãos, para os manipuladores dos pobres, satanizando Deus.

Veja o paradoxo que deve preocupar Cristo lá no Céu: ao invés de seus ensinamentos estarem contribuindo para o bem da humanidade, constata a má interpretação de muitos, sobretudo a classe política, para benefícios próprios, à semelhança dos vendilhões do templo, expulsos da Casa do Senhor.

Encerrando, bato na tecla que ser uma pessoa do bem é muito simples. Basta, como expos Sheldon, se colocar no lugar de Jesus toda vez que que se deparar ante uma ação, uma decisão, um momento de aflição. Como Ele procederia?  

Não precisa ficar querendo que Cristo resolva seus problemas, pois já lhe ajudou demais com seu vade-mécum ... e sem cobrar dízimo. (Maceió, 08/04/2024).