A cada Natal, a família cresce. Daquela matriz, LUIZ/AIRMA, 1964, já somos 24: filhos, netos, bisnetos e adidos.
A Família, bem maior; razão da Natureza sustentável e preservacionista.
Criei este blog para divulgar minhas ideias na busca de outras, mantendo um vínculo em mão dupla com o prezado leitor, haja vista que, para não se envelhecer, é preciso continuar aprendendo.
A cada Natal, a família cresce. Daquela matriz, LUIZ/AIRMA, 1964, já somos 24: filhos, netos, bisnetos e adidos.
A Família, bem maior; razão da Natureza sustentável e preservacionista.
Festa cristã. Aniversário de Jesus Cristo. Mas poucos se lembram. Reverenciam Papai Noel que é o epicentro puramente comercial.
É tempo de se doar, de se preocupar com os que não tem Natal, com as crianças sem pão e com os velhinhos sem remédios.
Esse, sim, deve ser o sentimento natalino como Jesus nos ensinou em suas ações!
Muitas invenções fantásticas . Mas segundo um Professor de Harvard , a agricultura foi a maior delas.
Tirar do duro chão, os alimentos para a sobrevivência humana, num constante aperfeiçoamento de técnicas enobrece o homem rural.
As ciências Agrárias formam pesquisadores e tecnólogos com a missão de usar a terra sem depredar seus atributos produtivos.
UM INSETO CHAMADO ESPERANÇA
Luiz Ferreira da Silva, 83.
Um inseto verdinho, admirado no campo.
Desde criança aprendi a chamá-lo de esperança.
Sua presença trazia boas novas.
O verde que significava perseverança.
Em 1965, Hospital Santa Cruz, Itabuna, BA.
Dona Mocinha, com alegria, aponta ali o inseto pousado.
No portão de entrada, majestoso ferro fundido.
Sua filha, Airma, teria um parto abençoado.
Nunca me esqueci desse episódio familiar.
Ficou em minha mente, reflexo condicionado.
O nascimento do primogênito esperado.
As boas vindas daquele inseto visualizado.
Hoje, 55 anos depois.
Não só eu, mas o universo repleto.
Carimba 2021, o ano da esperança.
Extinguir o coronavírus por completo.
Salve, pois, inseto benfazejo.
Que seu destino seja sempre esperançar.
Cremos com fé no que os homens do campo lhe nominaram.
Quando estiver entre nós emane sua energia salutar.
(Maceió, Al,
03/01/2021)
NATAL CRISTÃO.
*. CHICO XAVIER DIZIA QUE "SE TODOS OS RICOS DESTINASSEM OS SEUS
SUPÉRFLUOS AOS POBRES NÃO HAVERIA FOME NO MUNDO".
*. RECENTEMENTE, O PAPA FRANCISCO DECLAROU "QUE MENOS PRESENTES,
MAIS DOAÇÕES".
*. CAROLINA DE JESUS, QUE VIVEU NAS RUAS, E ESCREVEU O LIVRO QUARTO DE
DESPEJO, INSERIU: " AS CRIAÇAS BRINCAM NOS JARDINS COM SEUS BRINQUEDOS
PREDILETOS. E AS CRIANÇAS POBRES ACOMPANHAM AS MÃES PELAS RUAS. QUE
DESIGUALDADES TRAGICAS E QUE BRINCADEIRA DO DESTINO".
ENTÃO, GENTE, VAMOS REPARTIR O PÃO?
(Luiz Ferreira, 24/12/2022)
SOB A SOMBRA DO OITIZEIRO DA PAJUÇARA
Luiz Ferreira da Silva
(Artigo, In Sob a Sombra do Oitizeiro
da Pajuçara. Livro publicado pela Scortecci, Editora, SP, 2009.
133 páginas). Edição esgotada
A espécie Licania tomentosa
(Benth), conhecida vulgarmente como oiti, é bastante utilizada na arborização
urbana, por possuir folhas perenes, sistema radicular profundo que não afeta o
calçamento, e copa densa, que propicia excelente sombreamento.
Além disso, adapta-se a regiões de clima bastante
quente, como o do norte e nordeste do país e de regiões litorâneas. Sua
propagação se faz por semeadura em pequenos balaios de polietileno, com
posterior transplante para o local definitivo.
Quase todas as manhãs, em minha caminhada pela
orla de Maceió/AL, aprecio e reverencio o frondoso, secular e belo oitizeiro da Praia da Pajuçara.
Com uma copa densa, espalha uma sombra por mais de
E, durante certa época do ano, março a abril, fornece
frutos, de um amarelo ouro, sem igual, que apodrecem no chão, apreciados pelos
organismos do solo, por sua fonte energética. No meu tempo, era as crianças que
se deleitavam, após deixá-los ficarem murchos, enrugados, num canto qualquer
(eu colocava dentro de uma gaveta), quando desaparecia o “travo” dos frutos
maduros ou verdoengos, tornando-os saborosos.
Hoje, elas são educadas de outra forma. Raramente,
comem frutas. Não sabem o gosto de um sapoti, de uma manga espada, de uma
cajarana, de uma goiaba, de um abacaxi, de uma pitomba, de uma graviola e,
tampouco, de um ácido umbu.
Fico até a pensar que, tão logo, muitas crianças
vão pensar que as frutas, as verduras e os legumes, nascem nas gôndolas dos
hipermercados, desconhecendo o valor do meio rural e o sentimento pelo homem
rural que alimenta os citadinos.
Por outro lado, também observo o comportamento dos
adultos dessa atual geração; novo milênio. Passam sem lhe ver e nem sabem o seu
nome. E há aqueles, que mesmo morando no Bairro, o desconhecem.
Não há que se admirar, pois toda a sociedade já
perdeu a sua sensibilidade humana. Nem as crianças pedintes, os meninos de rua
e os catadores de lixo os comovem, mesmo utilizando a sua dadivosa sombra! Por
que se preocupariam com uma árvore?
O Poder Público nem quer saber. Vinha promovendo,
no final do ano, tal de Maceió Fest, carnaval fora de época para faturamento
das bandas baianas e alegria de empresários do setor. Na implantação
estrutural, mutilava os seus amigos e vizinhos – coqueiros – para a sua
tristeza, pois a árvore, diferentemente da gente, é um ser solidário. Uma vez
lhe ameaçaram, podando-lhe galhas, para extensão dos camarotes das elites. Estas
também insensíveis a ele jogam latas de bebidas aos seus pés.
Felizmente, a Prefeitura, nesses últimos anos,
transferiu o evento. Creio que foi por outras razões, mas valeu e as árvores
agradecem. Provavelmente, pelas novas calçadas (ornamentação do canteiro
central) e também pela pressão dos moradores, preocupados com o seu bem-estar.
Com certeza, nem o esbelto oitizeiro
e nem a bela alameda de coqueiros pesaram na decisão. Mas valeu e espero que
não lhe incomodem mais.
E as ONGs; os Órgãos Ambientais; os Esquerdistas,
os Ecochatos e os Socialites festivos? Gostam mais de ôba-ôba: abraçar uma
árvore, sob os holofotes televisivos; quebrar as gaiolas de passarinhos;
organizar passeatas com bandeirinhas, camisas com mico leão no peito e tudo
mais; fazer um espalhafato na apreensão de um caminhão de madeira e plantar
árvores, sem cuidar depois. É só festa, aparecer e discursar.
Enquanto isso acontece por aqui, lá em Florianópolis
(SC), se faz devoção a uma bela figueira, também secular, numa certa Praça
Pública, que nos deixou encantados; eu e minha esposa, Airma. As Empresas de
Turismo a utilizam como atrativo, fazendo parte de seu roteiro, explorando
inteligentemente uma crendice popular. É bonito ver os turistas dando várias
voltas, ao seu redor, entoando cantos e solicitando a sua proteção, num
espetáculo simples e maravilhoso de se apreciar - um monte de adultos e idosos numa
alegria só, correndo ao redor de uma árvore, como crianças fossem.
Só me resta,
mesmo sem valer muita coisa, expressar ao oitizeiro da Pajuçara e aos seus amigos, os coqueiros, a minha
solidariedade e admiração, como agrônomo e como defensor da natureza.
Viver é um ato de coragem e abnegação.
Ao sair da barriga da mãe, uma série de obstáculos se apresentam, num treinamento sequencial de preparação ao longo caminhar pela estrada da vida.
Não adianta se amofinar e ficar esperando que outros o façam por você. Pode até receber ajuda, mas num compartilho em mão dupla.
Cada um vai escrever a sua história, de modo que seja repassada com bons ensinamentos, adquiridos nas lutas empreendidas, com fé e determinação.
E, dessa forma, chega-se à velhice com uma performance à altura de um vida digna.
A MINHA HUMILDE
CASA
(Rua Álvares Cabral, 71, Prado. Maceió/AL)
Luiz Ferreira da Silva, 85
Era uma casa muito querida. Não tinha ventilador, nem chuveiro elétrico, porém muito acolhida. Tampouco, fogão a gás, mas havia paz.
Corredor sem fim, telhas com goteiras. Teto com réstia, mosquitos zunidos, bombas de flit useiras. Tudo numa boa, sem se danar à toa.
Calor extremo do verão ardente. Sem reclamar, penitente. Camas faixa azul, colchão de macelas. Sono profundo e visões belas.
Mesinha na sala, ponto de apoio para estudar. Quadro negro na parede; problemas a resolver. Álgebra e geometria euclidiana. Professor Benedito; exigência insana.
Antigo quartel do vinte. Campo de futebol; abnegado Zé do Biu, cracks nas mentes. Faculdade de Medicina, jovens operantes. Contígua praça do pirulito, venda do Senhor Luiz. Alegria; vida feliz.
Turma de colegas, amigos para o futuro. Bons estudantes dando duro. Robson, Tutu, Dirceu, Lucídio, Ronaldo; os principais. Tempos bem vividos; esquecer jamais.
A praça era uma alegria só; sem distinção de idade. As festas de Natal movendo toda a cidade. As pessoas, mesmo as pobres, de roupas novas, desfilando. Os pastoris encantando e a moçada paquerando.
A poucos metros, rua Afrânio Jorge, 82. Família
Tenório, jovem filha radiante. Um futuro a dois iminente. Corações, sim; amor,
sem fim.
oOo
Luiz Gonzaga faria 110 anos hoje, dia 13 de dezembro de 2022.
Eternizado por:
*. Suas músicas cantando o duro chão nordestino;
*. Seu chapéu de curo é seu gibão; e
*. Seu fantástico trio- SANFONA, ZABUMBA E TRIÂNGULO.
Apenas 3 instrumentos, mas capazes de fazer um Maracanã dançar.
Viva Gonzaga!!!
Luiz
Ferreira da Silva, 85
Engenheiro
Agrônomo e Escritor
Mais
uma vez, o Nordeste é aviltado. Aconteceu, anos atrás, quando da eleição da
Dilma. Agora, na do Lula, os do Sul-Sudeste nos colocam como um reles Brasil, achincalhando-nos
de povo inferior.
“Gente
ignorante, bando de analfabetos; não sabem votar”!!!
Esquecem
que se trata de uma região que expressa um Brasil-raiz, mais genuíno que
qualquer outro rincão pátrio.
Um
povo, digno, enriquecido pela sua etnia morena, pela sua história de bravura,
pela sua labuta no duro chão das caatingas, pela sua cultura cordelista, pelo
seu sentimento de irmãos sofridos.
Um
Nordeste que se orgulha dos seus filhos. Do Jorge Amado ao Graciliano Ramos, na
cultura. Da Santa Irmã Dulce ao Padim Cícero, na fé. Do Luiz Gonzaga ao João
Gilberto, na música. Do Milton Santos ao Noel Nutels, na ciência. Do Castro
Alves ao Augusto dos Anjos, na poesia. Do Otávio Mangabeiras ao Josaphat
Marino, na política. E tantos e tantos outros expoentes; homens iluminados.
Por
outro lado, os folguedos, as festas, as comidas, as praias de águas quentes, o
artesanato, a capoeira, o berimbau, o trio harmônico pé de serra (sanfona,
zabumba e triângulo), o trio elétrico urbano; e mais e mais.
Adicionalmente,
as fruteiras endêmicas, da pitomba ao umbu; do cacau ao dendê; da farinha de
mandioca ao cuscuz. Um diferencial, sem igual!!
Pensar
num Brasil sem o Nordeste é o mesmo que presentear com uma caneta de ouro a um
rico analfabeto. Sem sentido, sem nexo, sem plexo.
E
tem mais, gente. O Nordestino é uma força de trabalho, tipo exportação;
eclética e eficaz. Por uma circunstância climática, uma leva de “paus-de-arara”
ajudaram a construir São Paulo.
Pela
necessidade de crescimento, homens do saber aportaram no Sul e muitos continuam
por lá, engradecendo a medicina, a tecnologia de diversas matizes, as
Universidades e as artes.