sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

EDIFICAÇÃO DE UMA FAMÍLIA.

 A cada Natal, a família cresce. Daquela matriz, LUIZ/AIRMA, 1964, já somos 24: filhos,  netos, bisnetos e adidos.

A Família, bem maior; razão da Natureza sustentável e preservacionista.


A GAMELEIRA SECULAR

A GAMELEIRA DOS PESCADORES DA PAJUÇARA
 Luiz Ferreira da Silva Eng. Agrônomo e Escritor 
luizferreira1937@gmail.com  




A gameleira é uma árvore frondosa, de 10 a 20 metros, muito copada, cujas raízes se espalham, formando uma base característica da espécie (Fícus adhatodifolia), em forma tabular, cujo nome se deve ao seu uso em confecção de gamelas. 
Na praia da Pajuçara, em frente ao Posto-BR/Hotel Praia Bonita, existe um exemplar, com tronco de mais de 03 metros de área da circunferência (2¶r; aulas do Grande Mestre Benedito de Morais/1955, Praça das Graças), com mais de 80 anos (estimados) de vida, em cuja sombra os pescadores, ainda hoje, esculpem e consertam os seus instrumentos de trabalho, notadamente as pequenas embarcações. 
Com meu colega, de idos tempos do Colégio Estadual, Walter Auto Monteiro Guimarães, visitamos, hoje, a bela árvore que, no momento, se encontra com algumas galhas “peladas”, mas cheias de frutos, externando a sua vitalidade e a sua profícua capacidade de perpetuação da espécie. Faz gosto ver! Visite-a, prezado leitor! Ela se destaca na areia quartzoza da praia, quase colada a ciclo via, recebendo os fluidos marinhos e a gratidão dos homens do mar, se bem que já ressente um odor diferente, fruto da ação devastadora do homem (poluição). Deve ficar preocupada, assim imagino, ao mirar os edifícios, no outro lado da rua, temerosa por uma inconsequente urbanização, que pudesse vir em seu sacrifício, numa insensatez de um burocrata qualquer ao achar que ela é um estorvo, alegando que as suas raízes poderiam danificar as novas calçadas, ordenando o impiedoso motosserra nela. E isso não é miragem. Ela tem razão. Um dos pescadores, que se encontrava consertando uma canoa, perguntou-me sobre um projeto da Prefeitura, divulgado na TV, temeroso de uma ação danosa, argumentando que ela era muito importante para os pescadores que, há dezenas de anos, deliciam-se com a sua sombra, uma espécie de abraço acolhedor e amigo. A gameleira, pois, é do bem! O homem, não. Assim como o oitizeiro, seu amigo-irmão, que dista uns dois quilômetros, situado na alameda de coqueiros, da Pajuçara, próxima ao “Spettus”, ela requer consideração, respeito e amor. 
Aí, sim, aos seus pés, dever-se-ia construir uma miniestrutura para lhe proteger e fornecer atrativos de visitação (bancos, iluminação e gramado). As pessoas, no seu caminhar apressado, nas manhãs ensolaradas, não têm tempo para notar a sua presença, mesmo passando rente àquela árvore grandiosa, esquecendo-se que, para um “Cooper perfeito”, é preciso se adicionar aos gastos físicos, os ganhos espirituais, através das emanações da natureza, vivenciando-as. 
A oponente gameleira deveria fazer parte desse ritual. Com certeza, ela só tem a fornecer, sem querer nada em troca. Em seu nome, mesmo sem nenhuma delegação, porém evocando a minha profissão, conclamo a todos pela sua “reverenciação”, ao tempo em que solicito da Prefeitura e de Órgãos do Meio Ambiente, que a tombem, mesmo de forma informal, como um patrimônio da bela enseada e, ademais, como um bem consagrado e de “uso capião” dos humildes e bravos homens do mar da Pajuçara. (Maceió, 29 de setembro de 2.005).

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

OS INTELIGENTES BURROS DO CACAU


OS INTELIGENTES BURROS DO CACAU (In. Livro – “CACAU, BEM DA NATUREZA PARA PROVEITO DO HOMEM” – Luiz Ferreira & A. C. Moreau). 

O burro é um híbrido resultante do cruzamento do jumento com a égua ou do cavalo com a jumenta, com características de ambas as raças, notadamente rusticidade e pernas longas que lhe proporciona maior velocidade e adaptação a caminhos acidentados. Como é sabido, a cacauicultura fora implantada em condições de relevo fortemente ondulados e até pedregosos, além de não dispor de infraestrutura viária, impossibilitando o transporte em veículos motorizados. Por necessidade, o pioneiro recorreu ao burro por inteligência em mão dupla. Este, ajudando-o nas tarefas pesadas e aquele provendo-o de um bom capim colonião acrescido de colmos de cana e outros produtos da Natureza, incluindo a própria casaca do cacau. Em seu trabalho árduo, ora subindo e descendo pelas ladeiras íngremes com os “caçoás” pesados de cacau mole, ora trotando pelas ruas levando as sementes beneficiadas aos armazéns de exportação, esse forte muar se destacou na lavoura cacaueira. E, ademais, outras cargas em suas jornadas cotidianas, inclusive nas cidades. Quem não se lembra dos areeiros do rio cachoeira, em Itabuna, com seus fortes muares carregando areias para as construções? E dessa forma, passou a ser um instrumento agrícola importante, sem o qual milhares de cacauais não seriam viáveis nas áreas montanhosas de Morro Redondo, na serra das trempes, nos altos de Camacã, no vale rochoso do Almada, nos pendentes íngremes de Ubaitaba; tampouco nos solos encharcados dos grandes rios, Pardo e Jequitinhonha. Vale a pena lembrar o jumento, também com função relevante no Nordeste. Luiz Gonzaga, assim descreveu seu incansável trabalho pelas terras secas e vegetação espinhenta, cantando: Arrastou lenha, madeira, pedra, cal, cimento, tijolo, telha Fez açude, estrada de rodagem, Carregou água pra casa do homem Fez a feira e serviu de montaria Também o Padre Vieira que, em sua defesa, tentando conscientizar o homem valor daquele aparente frágil animal, alcunhou a frase – o jumento é nosso irmão, em gratidão ao seu trabalho em prol do homem do semiárido, tanto no meio rural, quanto no urbano, ora carregando os produtos agrícolas, ora os ancorotes de água para saciar a sede .da população. Igual razão o burro do cacau, assim poderia ser considerado na região, pois como aquele dá o seu suor e nem sempre é recompensado. Pois bem. É difícil entender a razão pela qual o homem xinga de burro referindo-se a falta de inteligência ou a um ato insensato de alguém, numa interpretação sem sentido e destituída de razão, denegrindo esses animais, tão úteis?! Então, gente, sobretudo do Sul-da-Bahia, já é tempo do merecido reconhecimento ao “burro-animal”, pelo seu trabalho fundamental à lavoura cacaueira, eliminando-se, ademais, a pecha de “burro-acéfalo” dada pelo homem, injustamente.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

RESPEITO

Palavrinha mágica. Diz tudo. Respeitar o direito do outro; não ocupar o espaço do próximo; só querer o que lhe pertence por méritos próprios; cumprir as leis, os regulamentos, os acordos. Enfim ser uma pessoa num mundo compartilhado, no qual se é tão importante quanto todos ao derredor. Nesta aritmética não existem os sinais + e -, porém =. E assim, o mundo seria outro, com muita paz e harmonia! 
Luiz Ferreira (28.12.2.022).

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

NATAL 2022.

 Festa cristã.  Aniversário de Jesus  Cristo. Mas poucos se lembram. Reverenciam Papai Noel que é o epicentro puramente comercial.

É tempo de se doar, de se preocupar com os que não tem Natal, com as crianças sem pão e com os velhinhos sem remédios. 

Esse, sim, deve ser o sentimento natalino como Jesus nos ensinou em suas ações!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

AGRICULTURA

 Muitas invenções fantásticas . Mas segundo um Professor de Harvard , a agricultura foi a maior delas.

Tirar do duro chão,  os alimentos para a sobrevivência humana, num constante aperfeiçoamento de técnicas enobrece o homem rural.

As ciências Agrárias  formam pesquisadores e tecnólogos com a missão de usar a terra sem depredar seus atributos produtivos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

ESPERANÇA.

 

UM INSETO CHAMADO ESPERANÇA

Luiz Ferreira da Silva, 83.


 

Um inseto verdinho, admirado no campo.

Desde criança aprendi a chamá-lo de esperança.

Sua presença trazia boas novas.

O verde que significava perseverança.

 

Em 1965, Hospital Santa Cruz, Itabuna, BA.

Dona Mocinha, com alegria, aponta ali o inseto pousado.

No portão de entrada, majestoso ferro fundido.

Sua filha, Airma, teria um parto abençoado.

 

Nunca me esqueci desse episódio familiar.

Ficou em minha mente, reflexo condicionado.

O nascimento do primogênito esperado.

As boas vindas daquele inseto visualizado.

 

Hoje, 55 anos depois.

Não só eu, mas o universo repleto.

Carimba 2021, o ano da esperança.

Extinguir o coronavírus por completo.

 

Salve, pois, inseto benfazejo.

Que seu destino seja sempre esperançar.

Cremos com fé no que os homens do campo lhe  nominaram.

Quando estiver entre nós emane sua energia salutar.

(Maceió, Al, 03/01/2021)

 

 

 

 

 

 

 

 

NATAL, 2022.

 

NATAL CRISTÃO.

 

*. CHICO XAVIER DIZIA QUE "SE TODOS OS RICOS DESTINASSEM OS SEUS SUPÉRFLUOS AOS POBRES NÃO HAVERIA FOME NO MUNDO".

*. RECENTEMENTE, O PAPA FRANCISCO DECLAROU "QUE MENOS PRESENTES, MAIS DOAÇÕES".

*. CAROLINA DE JESUS, QUE VIVEU NAS RUAS, E ESCREVEU O LIVRO QUARTO DE DESPEJO, INSERIU: " AS CRIAÇAS BRINCAM NOS JARDINS COM SEUS BRINQUEDOS PREDILETOS. E AS CRIANÇAS POBRES ACOMPANHAM AS MÃES PELAS RUAS. QUE DESIGUALDADES TRAGICAS E QUE BRINCADEIRA DO DESTINO".

 

ENTÃO, GENTE, VAMOS REPARTIR O PÃO?

(Luiz Ferreira, 24/12/2022)

O OITIZEIRO DA PAJUÇARA


 

SOB A SOMBRA DO OITIZEIRO DA PAJUÇARA

Luiz Ferreira da Silva 

(Artigo, In Sob a Sombra do Oitizeiro da Pajuçara. Livro publicado pela Scortecci, Editora, SP, 2009. 133 páginas). Edição esgotada 

A espécie Licania tomentosa (Benth), conhecida vulgarmente como oiti, é bastante utilizada na arborização urbana, por possuir folhas perenes, sistema radicular profundo que não afeta o calçamento, e copa densa, que propicia excelente sombreamento.

Além disso, adapta-se a regiões de clima bastante quente, como o do norte e nordeste do país e de regiões litorâneas. Sua propagação se faz por semeadura em pequenos balaios de polietileno, com posterior transplante para o local definitivo.

Quase todas as manhãs, em minha caminhada pela orla de Maceió/AL, aprecio e reverencio o frondoso, secular e belo oitizeiro da Praia da Pajuçara. Com uma copa densa, espalha uma sombra por mais de 200 metros quadrados, para deleite de todos; e gratuitamente.

E, durante certa época do ano, março a abril, fornece frutos, de um amarelo ouro, sem igual, que apodrecem no chão, apreciados pelos organismos do solo, por sua fonte energética. No meu tempo, era as crianças que se deleitavam, após deixá-los ficarem murchos, enrugados, num canto qualquer (eu colocava dentro de uma gaveta), quando desaparecia o “travo” dos frutos maduros ou verdoengos, tornando-os saborosos.

Hoje, elas são educadas de outra forma. Raramente, comem frutas. Não sabem o gosto de um sapoti, de uma manga espada, de uma cajarana, de uma goiaba, de um abacaxi, de uma pitomba, de uma graviola e, tampouco, de um ácido umbu.

Fico até a pensar que, tão logo, muitas crianças vão pensar que as frutas, as verduras e os legumes, nascem nas gôndolas dos hipermercados, desconhecendo o valor do meio rural e o sentimento pelo homem rural que alimenta os citadinos.

Por outro lado, também observo o comportamento dos adultos dessa atual geração; novo milênio. Passam sem lhe ver e nem sabem o seu nome. E há aqueles, que mesmo morando no Bairro, o desconhecem.

Não há que se admirar, pois toda a sociedade já perdeu a sua sensibilidade humana. Nem as crianças pedintes, os meninos de rua e os catadores de lixo os comovem, mesmo utilizando a sua dadivosa sombra! Por que se preocupariam com uma árvore?

O Poder Público nem quer saber. Vinha promovendo, no final do ano, tal de Maceió Fest, carnaval fora de época para faturamento das bandas baianas e alegria de empresários do setor. Na implantação estrutural, mutilava os seus amigos e vizinhos – coqueiros – para a sua tristeza, pois a árvore, diferentemente da gente, é um ser solidário. Uma vez lhe ameaçaram, podando-lhe galhas, para extensão dos camarotes das elites. Estas também insensíveis a ele jogam latas de bebidas aos seus pés.

Felizmente, a Prefeitura, nesses últimos anos, transferiu o evento. Creio que foi por outras razões, mas valeu e as árvores agradecem. Provavelmente, pelas novas calçadas (ornamentação do canteiro central) e também pela pressão dos moradores, preocupados com o seu bem-estar. Com certeza, nem o esbelto oitizeiro e nem a bela alameda de coqueiros pesaram na decisão. Mas valeu e espero que não lhe incomodem mais.

E as ONGs; os Órgãos Ambientais; os Esquerdistas, os Ecochatos e os Socialites festivos? Gostam mais de ôba-ôba: abraçar uma árvore, sob os holofotes televisivos; quebrar as gaiolas de passarinhos; organizar passeatas com bandeirinhas, camisas com mico leão no peito e tudo mais; fazer um espalhafato na apreensão de um caminhão de madeira e plantar árvores, sem cuidar depois. É só festa, aparecer e discursar.

Enquanto isso acontece por aqui, lá em Florianópolis (SC), se faz devoção a uma bela figueira, também secular, numa certa Praça Pública, que nos deixou encantados; eu e minha esposa, Airma. As Empresas de Turismo a utilizam como atrativo, fazendo parte de seu roteiro, explorando inteligentemente uma crendice popular. É bonito ver os turistas dando várias voltas, ao seu redor, entoando cantos e solicitando a sua proteção, num espetáculo simples e maravilhoso de se apreciar - um monte de adultos e idosos numa alegria só, correndo ao redor de uma árvore, como crianças fossem.

Só me resta, mesmo sem valer muita coisa, expressar ao oitizeiro da Pajuçara e aos seus amigos, os coqueiros, a minha solidariedade e admiração, como agrônomo e como defensor da natureza.

 

 

O OURO NEGRO QUE POLUI O MUNDO!

O PETRÓLEO QUE NASCE NOS CAMPOS AGRÍCOLAS
 Luiz Ferreira da Silva Engenheiro-Agrônomo e Escritor. luizferreira1937@gmail.com

 Assim como a idade da pedra
 não se acabou por falta de pedras, 
 é de se esperar que a era do petróleo
 se extinga com os poços abarrotados. 

 Os da antiga se lembram da luta pela nacionalização do chamado "ouro negro", sensibilizando o Presidente Getúlio Vargas que, para alegria e patriotismo do povo brasileiro, criou a PETROBRÁS, atendendo ao apelo: O PETRÓLEO É NOSSO! 
Uma Instituição que nos orgulhava. Bons salários, excelentes condições de crescimento profissional, evolução tecnológica, incentivo ao estudo e gerência proficiente. Não poderia ser diferente e, tão logo, os resultados começaram a aparecer. 
Naquele tempo, três carreiras atraiam os jovens estudiosos da classe média: ir para a Escola Preparatória de Cadetes, fazer concurso para o Banco do Brasil e se tornar Geólogo com bolsa da PETROBRÁS. 
Desde o governo FHC que se vem errando nas estratégias operacionais, técnicas e/ou clarividência energética futura. Gastou-se uma fortuna em um gasoduto para trazer gás da Bolívia até Porto Alegre, ficando refém do Evo Morales que, desde então, deita e rola com suas exigências descabidas. 
 Vem Lula, baixa um espírito das arábias, troca o chapéu de couro por um jaleco branco de algodão egípcio, e se proclama rei do petróleo, investindo maciçamente no “Pré-Sal”. Enquanto isso, o mundo busca energias alternativas e os Estados Unidos conseguem explorar suficientemente o xisto, com perspectivas de uma estabilidade na produção mundial do petróleo, reduzindo o seu preço. 
As grandes petrolíferas americanas saíram das licitações do “Pré-Sal”. Por quê? Não seria uma nova Arábia Saudita? Ora, os gringos e países europeus reduziram as importações de petróleo e passaram a investir em outras fontes E como subproduto destrutivo, o álcool está na UTI, quando fora a salvação energética visualizada durante a crise de 1973, consubstanciado no Proálcool, um dos mais inteligentes projetos já executados no país, sob a inspiração do Dr. Bautista Vidal. 
Pelo contrário, decorridos 49 anos da crise referida, era de se esperar que todos os pequenos e médios veículos estivessem rodando com esse combustível dos "poços" agrícolas e os grandes (ônibus, caminhões e outros de tração) com óleos vegetais, sobretudo de dendê - novo projeto-irmão, o Pró-Óleo, que deveria ter sido implantado. Nesta visão, aqui idealizada, o petróleo seria prioritariamente destinado à indústria petroquímica, produzindo-se um mínimo de gasolina com preços elevados para os ricos com seus carrões importados, enfatizando-se a agricultura de oleaginosas e sacaríferas, conjuminadas ao desenvolvimento de tecnologias de transformação em combustíveis de alto poder e balanço energético. 
Dessa forma, menos investimentos nos combustíveis fósseis, estabelecendo-se uma nova matriz energética automotriz, incluindo as usinas termoelétricas, focada no meio rural, alimentadas por produtos agrícolas e florestais.  
Ao invés da poluição, ter-se-iam os campos verdejantes de dendê (óleo) e cana-de-açúcar (álcool), sequestrando o carbono e oxigenando os nossos pulmões, fazendo toda nossa frota rodar. Ademais os cataventos enfeitando a paisagem nordestina de suas praias de ventos alísios; as placas voltaicas captando o inclemente sol do semiárido e a limpa energia nuclear, bem conduzida. 
Assim, o Brasil resolveria seu problema energético, dando um extraordinário passo em rumo ao desenvolvimento pleno, servindo de exemplo para as regiões tropicais, ao tempo em que a PETROBRÁS se transformaria numa eficiente e eficaz empresa de energias. E o novo “petróleo” – nasce sobre a terra - realmente seria nosso, como imaginava o baixinho dos pampas! (Maceió, 03 de junho de 2022).

VIVENDO E GOSTANDO

Viver é um ato de coragem e abnegação.  

Ao sair da barriga da mãe, uma série de obstáculos se apresentam, num treinamento sequencial de preparação ao longo caminhar pela estrada da vida.

Não adianta se amofinar e ficar esperando que outros o façam por você.  Pode até receber ajuda, mas num compartilho em mão dupla.

Cada um vai escrever a sua história, de modo  que seja repassada com bons ensinamentos, adquiridos nas lutas empreendidas, com fé e determinação. 

E, dessa forma, chega-se à velhice com uma performance à altura de um vida digna.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

MINHA HUMILDE CASA


 

A MINHA HUMILDE CASA

(Rua Álvares Cabral, 71, Prado. Maceió/AL)

Luiz Ferreira da Silva, 85 

Era uma casa muito querida. Não tinha ventilador, nem chuveiro elétrico, porém muito acolhida. Tampouco, fogão a gás, mas havia paz.

Corredor sem fim, telhas com goteiras. Teto com réstia, mosquitos zunidos, bombas de flit useiras. Tudo numa boa, sem se danar à toa.

Calor extremo do verão ardente. Sem reclamar, penitente. Camas faixa azul, colchão de macelas. Sono profundo e visões belas.

Mesinha na sala, ponto de apoio para estudar. Quadro negro na parede; problemas a resolver. Álgebra e geometria euclidiana. Professor Benedito; exigência insana.

Antigo quartel do vinte. Campo de futebol; abnegado Zé do Biu, cracks nas mentes. Faculdade de Medicina, jovens operantes. Contígua praça do pirulito, venda do Senhor Luiz. Alegria; vida feliz.

Turma de colegas, amigos para o futuro. Bons estudantes dando duro. Robson, Tutu, Dirceu, Lucídio, Ronaldo; os principais. Tempos bem vividos; esquecer jamais.

A praça era uma alegria só; sem distinção de idade. As festas de Natal movendo toda a cidade. As pessoas, mesmo as pobres, de roupas novas, desfilando. Os pastoris encantando e a moçada paquerando.

A poucos metros, rua Afrânio Jorge, 82. Família Tenório, jovem filha radiante. Um futuro a dois iminente. Corações, sim; amor, sem fim.

 

oOo

NORDESTE DO LUA

 Luiz Gonzaga faria 110 anos hoje, dia 13 de dezembro de 2022.

Eternizado por:


*. Suas músicas  cantando o duro chão nordestino;

*. Seu chapéu de curo é seu gibão; e 

*. Seu fantástico trio- SANFONA, ZABUMBA E TRIÂNGULO. 

Apenas 3 instrumentos, mas capazes de fazer um Maracanã dançar.

Viva Gonzaga!!!

NORDESTE , BRASIL GENUÍNO.



Luiz Ferreira da Silva, 85

Engenheiro Agrônomo e Escritor

 

Mais uma vez, o Nordeste é aviltado. Aconteceu, anos atrás, quando da eleição da Dilma. Agora, na do Lula, os do Sul-Sudeste nos colocam como um reles Brasil, achincalhando-nos de povo inferior.

“Gente ignorante, bando de analfabetos; não sabem votar”!!!

Esquecem que se trata de uma região que expressa um Brasil-raiz, mais genuíno que qualquer outro rincão pátrio.

Um povo, digno, enriquecido pela sua etnia morena, pela sua história de bravura, pela sua labuta no duro chão das caatingas, pela sua cultura cordelista, pelo seu sentimento de irmãos sofridos.

Um Nordeste que se orgulha dos seus filhos. Do Jorge Amado ao Graciliano Ramos, na cultura. Da Santa Irmã Dulce ao Padim Cícero, na fé. Do Luiz Gonzaga ao João Gilberto, na música. Do Milton Santos ao Noel Nutels, na ciência. Do Castro Alves ao Augusto dos Anjos, na poesia. Do Otávio Mangabeiras ao Josaphat Marino, na política. E tantos e tantos outros expoentes; homens iluminados.

Por outro lado, os folguedos, as festas, as comidas, as praias de águas quentes, o artesanato, a capoeira, o berimbau, o trio harmônico pé de serra (sanfona, zabumba e triângulo), o trio elétrico urbano; e mais e mais.

Adicionalmente, as fruteiras endêmicas, da pitomba ao umbu; do cacau ao dendê; da farinha de mandioca ao cuscuz. Um diferencial, sem igual!!

Pensar num Brasil sem o Nordeste é o mesmo que presentear com uma caneta de ouro a um rico analfabeto. Sem sentido, sem nexo, sem plexo.

E tem mais, gente. O Nordestino é uma força de trabalho, tipo exportação; eclética e eficaz. Por uma circunstância climática, uma leva de “paus-de-arara” ajudaram a construir São Paulo.

Pela necessidade de crescimento, homens do saber aportaram no Sul e muitos continuam por lá, engradecendo a medicina, a tecnologia de diversas matizes, as Universidades e as artes.

Em conclusão: Feliz do Brasil por ter o Nordeste! (Maceió, AL, 02/11/2.022