terça-feira, 20 de dezembro de 2022

O OURO NEGRO QUE POLUI O MUNDO!

O PETRÓLEO QUE NASCE NOS CAMPOS AGRÍCOLAS
 Luiz Ferreira da Silva Engenheiro-Agrônomo e Escritor. luizferreira1937@gmail.com

 Assim como a idade da pedra
 não se acabou por falta de pedras, 
 é de se esperar que a era do petróleo
 se extinga com os poços abarrotados. 

 Os da antiga se lembram da luta pela nacionalização do chamado "ouro negro", sensibilizando o Presidente Getúlio Vargas que, para alegria e patriotismo do povo brasileiro, criou a PETROBRÁS, atendendo ao apelo: O PETRÓLEO É NOSSO! 
Uma Instituição que nos orgulhava. Bons salários, excelentes condições de crescimento profissional, evolução tecnológica, incentivo ao estudo e gerência proficiente. Não poderia ser diferente e, tão logo, os resultados começaram a aparecer. 
Naquele tempo, três carreiras atraiam os jovens estudiosos da classe média: ir para a Escola Preparatória de Cadetes, fazer concurso para o Banco do Brasil e se tornar Geólogo com bolsa da PETROBRÁS. 
Desde o governo FHC que se vem errando nas estratégias operacionais, técnicas e/ou clarividência energética futura. Gastou-se uma fortuna em um gasoduto para trazer gás da Bolívia até Porto Alegre, ficando refém do Evo Morales que, desde então, deita e rola com suas exigências descabidas. 
 Vem Lula, baixa um espírito das arábias, troca o chapéu de couro por um jaleco branco de algodão egípcio, e se proclama rei do petróleo, investindo maciçamente no “Pré-Sal”. Enquanto isso, o mundo busca energias alternativas e os Estados Unidos conseguem explorar suficientemente o xisto, com perspectivas de uma estabilidade na produção mundial do petróleo, reduzindo o seu preço. 
As grandes petrolíferas americanas saíram das licitações do “Pré-Sal”. Por quê? Não seria uma nova Arábia Saudita? Ora, os gringos e países europeus reduziram as importações de petróleo e passaram a investir em outras fontes E como subproduto destrutivo, o álcool está na UTI, quando fora a salvação energética visualizada durante a crise de 1973, consubstanciado no Proálcool, um dos mais inteligentes projetos já executados no país, sob a inspiração do Dr. Bautista Vidal. 
Pelo contrário, decorridos 49 anos da crise referida, era de se esperar que todos os pequenos e médios veículos estivessem rodando com esse combustível dos "poços" agrícolas e os grandes (ônibus, caminhões e outros de tração) com óleos vegetais, sobretudo de dendê - novo projeto-irmão, o Pró-Óleo, que deveria ter sido implantado. Nesta visão, aqui idealizada, o petróleo seria prioritariamente destinado à indústria petroquímica, produzindo-se um mínimo de gasolina com preços elevados para os ricos com seus carrões importados, enfatizando-se a agricultura de oleaginosas e sacaríferas, conjuminadas ao desenvolvimento de tecnologias de transformação em combustíveis de alto poder e balanço energético. 
Dessa forma, menos investimentos nos combustíveis fósseis, estabelecendo-se uma nova matriz energética automotriz, incluindo as usinas termoelétricas, focada no meio rural, alimentadas por produtos agrícolas e florestais.  
Ao invés da poluição, ter-se-iam os campos verdejantes de dendê (óleo) e cana-de-açúcar (álcool), sequestrando o carbono e oxigenando os nossos pulmões, fazendo toda nossa frota rodar. Ademais os cataventos enfeitando a paisagem nordestina de suas praias de ventos alísios; as placas voltaicas captando o inclemente sol do semiárido e a limpa energia nuclear, bem conduzida. 
Assim, o Brasil resolveria seu problema energético, dando um extraordinário passo em rumo ao desenvolvimento pleno, servindo de exemplo para as regiões tropicais, ao tempo em que a PETROBRÁS se transformaria numa eficiente e eficaz empresa de energias. E o novo “petróleo” – nasce sobre a terra - realmente seria nosso, como imaginava o baixinho dos pampas! (Maceió, 03 de junho de 2022).

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