A MINHA HUMILDE
CASA
(Rua Álvares Cabral, 71, Prado. Maceió/AL)
Luiz Ferreira da Silva, 85
Era uma casa muito querida. Não tinha ventilador, nem chuveiro elétrico, porém muito acolhida. Tampouco, fogão a gás, mas havia paz.
Corredor sem fim, telhas com goteiras. Teto com réstia, mosquitos zunidos, bombas de flit useiras. Tudo numa boa, sem se danar à toa.
Calor extremo do verão ardente. Sem reclamar, penitente. Camas faixa azul, colchão de macelas. Sono profundo e visões belas.
Mesinha na sala, ponto de apoio para estudar. Quadro negro na parede; problemas a resolver. Álgebra e geometria euclidiana. Professor Benedito; exigência insana.
Antigo quartel do vinte. Campo de futebol; abnegado Zé do Biu, cracks nas mentes. Faculdade de Medicina, jovens operantes. Contígua praça do pirulito, venda do Senhor Luiz. Alegria; vida feliz.
Turma de colegas, amigos para o futuro. Bons estudantes dando duro. Robson, Tutu, Dirceu, Lucídio, Ronaldo; os principais. Tempos bem vividos; esquecer jamais.
A praça era uma alegria só; sem distinção de idade. As festas de Natal movendo toda a cidade. As pessoas, mesmo as pobres, de roupas novas, desfilando. Os pastoris encantando e a moçada paquerando.
A poucos metros, rua Afrânio Jorge, 82. Família
Tenório, jovem filha radiante. Um futuro a dois iminente. Corações, sim; amor,
sem fim.
oOo
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