Luiz
Ferreira da Silva, 85
Engenheiro
Agrônomo e Escritor
Mais
uma vez, o Nordeste é aviltado. Aconteceu, anos atrás, quando da eleição da
Dilma. Agora, na do Lula, os do Sul-Sudeste nos colocam como um reles Brasil, achincalhando-nos
de povo inferior.
“Gente
ignorante, bando de analfabetos; não sabem votar”!!!
Esquecem
que se trata de uma região que expressa um Brasil-raiz, mais genuíno que
qualquer outro rincão pátrio.
Um
povo, digno, enriquecido pela sua etnia morena, pela sua história de bravura,
pela sua labuta no duro chão das caatingas, pela sua cultura cordelista, pelo
seu sentimento de irmãos sofridos.
Um
Nordeste que se orgulha dos seus filhos. Do Jorge Amado ao Graciliano Ramos, na
cultura. Da Santa Irmã Dulce ao Padim Cícero, na fé. Do Luiz Gonzaga ao João
Gilberto, na música. Do Milton Santos ao Noel Nutels, na ciência. Do Castro
Alves ao Augusto dos Anjos, na poesia. Do Otávio Mangabeiras ao Josaphat
Marino, na política. E tantos e tantos outros expoentes; homens iluminados.
Por
outro lado, os folguedos, as festas, as comidas, as praias de águas quentes, o
artesanato, a capoeira, o berimbau, o trio harmônico pé de serra (sanfona,
zabumba e triângulo), o trio elétrico urbano; e mais e mais.
Adicionalmente,
as fruteiras endêmicas, da pitomba ao umbu; do cacau ao dendê; da farinha de
mandioca ao cuscuz. Um diferencial, sem igual!!
Pensar
num Brasil sem o Nordeste é o mesmo que presentear com uma caneta de ouro a um
rico analfabeto. Sem sentido, sem nexo, sem plexo.
E
tem mais, gente. O Nordestino é uma força de trabalho, tipo exportação;
eclética e eficaz. Por uma circunstância climática, uma leva de “paus-de-arara”
ajudaram a construir São Paulo.
Pela
necessidade de crescimento, homens do saber aportaram no Sul e muitos continuam
por lá, engradecendo a medicina, a tecnologia de diversas matizes, as
Universidades e as artes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário