segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

NORDESTE , BRASIL GENUÍNO.



Luiz Ferreira da Silva, 85

Engenheiro Agrônomo e Escritor

 

Mais uma vez, o Nordeste é aviltado. Aconteceu, anos atrás, quando da eleição da Dilma. Agora, na do Lula, os do Sul-Sudeste nos colocam como um reles Brasil, achincalhando-nos de povo inferior.

“Gente ignorante, bando de analfabetos; não sabem votar”!!!

Esquecem que se trata de uma região que expressa um Brasil-raiz, mais genuíno que qualquer outro rincão pátrio.

Um povo, digno, enriquecido pela sua etnia morena, pela sua história de bravura, pela sua labuta no duro chão das caatingas, pela sua cultura cordelista, pelo seu sentimento de irmãos sofridos.

Um Nordeste que se orgulha dos seus filhos. Do Jorge Amado ao Graciliano Ramos, na cultura. Da Santa Irmã Dulce ao Padim Cícero, na fé. Do Luiz Gonzaga ao João Gilberto, na música. Do Milton Santos ao Noel Nutels, na ciência. Do Castro Alves ao Augusto dos Anjos, na poesia. Do Otávio Mangabeiras ao Josaphat Marino, na política. E tantos e tantos outros expoentes; homens iluminados.

Por outro lado, os folguedos, as festas, as comidas, as praias de águas quentes, o artesanato, a capoeira, o berimbau, o trio harmônico pé de serra (sanfona, zabumba e triângulo), o trio elétrico urbano; e mais e mais.

Adicionalmente, as fruteiras endêmicas, da pitomba ao umbu; do cacau ao dendê; da farinha de mandioca ao cuscuz. Um diferencial, sem igual!!

Pensar num Brasil sem o Nordeste é o mesmo que presentear com uma caneta de ouro a um rico analfabeto. Sem sentido, sem nexo, sem plexo.

E tem mais, gente. O Nordestino é uma força de trabalho, tipo exportação; eclética e eficaz. Por uma circunstância climática, uma leva de “paus-de-arara” ajudaram a construir São Paulo.

Pela necessidade de crescimento, homens do saber aportaram no Sul e muitos continuam por lá, engradecendo a medicina, a tecnologia de diversas matizes, as Universidades e as artes.

Em conclusão: Feliz do Brasil por ter o Nordeste! (Maceió, AL, 02/11/2.022

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