NOS
TEMPOS DO CAMINHÃO DO OVO
Luiz
Ferreira da Silva, 88
Estava
no elevador dos “Quintas do Morumbi”, em Sampa, anos atrás, quando entrou uma
Senhora esbaforida e me disse – é a segunda vez que perco o caminhão do ovo.
O
condomínio tem 11 torres com 4 entradas e o vendedor com seu megafone anunciava
a caixa de 30 ovos a 10,00 na outra rua lateral, oposta à da moradora.
Com
todo o esforço, chegando ao portão 4, o caminhão já se mandara pela rua Nilza
Medeiros em direção à avenida Giovanni Gronchi, em atendimento a outros
fregueses.
Era
uma outra época de alegria nos aviários, com rações baratas, temperatura
agradável e poedeiras desestressadas, diferentemente de hoje com o milho lá nas
alturas e outras necessidades sanitárias a preço de dólar. Sem se falar na
inflação.
Daí,
de 10,00 para mais de 30,00, sem que o poder aquisitivo da classe média para
baixo tenha empinado para cima, afetando milhões de brasileiros.
Nunca
o ovo foi tão protagonizado na mídia quanto agora, chegando à cozinha do
Palácio da Alvorada, não pelo custo, pois quem paga somos nós, mas pelo que
pode abalar a reputação política do Presidente.
Temendo
a indignação dos seus eleitores, condenou tal alta, jurando que o preço vai baixar - “Eu tenho certeza de que a gente vai
conseguir fazer com que o preço volte aos padrões do poder
aquisitivo do trabalhador".
As galinhas devem estar
assustadas em seus poleiros; “oxente, ele quer controlar até as nossas
cloacas”?!
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