ÉRAMOS SEIS (6)
Luiz Ferreira da Silva, 87
Coruripe,
AL. José Ferreira da Silva e Hermínia Maria da Silva, respectivamente,
Piaçabuçu e Barra Nova, se encontraram e formaram uma família.
Estabeleceram-se
em Coruripe, na rua das vassouras, onde nasceram: Hermenegildo (1925), Sizino
(1927), Milton (1928), Arthur (1930), Virgílio (1933) e Luiz (1937).
Com
65 anos, meu pai empreendeu sua viagem estelar. Dona Hermínia assumiu a tarefa
de educar os filhos, contando com a pensão de condutor de malas dos
correios, função que o marido exerceu por muitos anos.
Os
meus pais se isolaram das famílias de origem. Mesmo não muito longe
geograficamente, as distâncias eram enormes em termos de dificuldades de
transporte. O que fosse inviável ao burro, não se aventuraria ou eram as poucas
opções de locomoção. Dessa forma, formamos um núcleo isolado. Não convivemos
com tios, avós, primos.
A
turma ultrapassou os umbrais da pobreza interiorana nordestina, galgando voos
mais altos, atingido degraus da escada socioeconômica, através do estudo, trabalho
honesto, persistência e fé no futuro. E, dessa forma, produziram frutos (filhos
e netos) que elevaram tal patamar: médicos, engenheiros, advogados,
administradores, arquitetos, tecnologia da informação, nutricionistas, psicólogos,
turismo etc.
Muito
cedo, com 36 anos, os números 1 e 3 nos deixaram. Ambos, vítimas de endemias
rurais – esquistossomose- uma saga da realidade sanitária nordestina que, até
hoje, persiste.
Seguiram-se
para outro plano, os demais – números 2, 4 e 5 -, respectivamente com 74, 65 e
81 anos.
Eu,
o chamado ponta de rama – caçula – fiquei para contar a história da família,
que registrei em livros, sobretudo - Velhos Tempos de Infância. 2015.
Scortecci Editora, São Paulo, SP, 101 páginas.
Já
se passaram 87 anos. Felizmente com capacidade intelectual e ainda sem
necessitar de acessórios para me movimentar. Comigo, outra representante da
velha guarda, Neyde Roquette, esposa do Virgílio, 91 anos, formando a dupla
remanescente, testemunhas e partícipes efetivos da epopeia da modesta, mas
magnânima, família FERREIRA.
Em
1993, reuni as famílias de 3 irmãos, na Lagoa do Pau/Coruripe-AL, conforme a
figura anexada. Um encontro significativo. Foi a última vez. Valeu! (Maceió,
15/02/2024).
(Encontro dos Ferreiras: Sizino, Virgílio e
Luiz)
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