BOLSA FAMÍLIA,
RETROCESSO SOCIAL.
Luiz Ferreira
da Silva, 87
Luiz Gonzaga em vozes da seca, chamava a atenção: - “uma
esmola, seu dotô, a um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o
cidadão”.
O outro Luiz, também nordestino, parece que fez
ouvidos moucos ou na sua ganância por votos, de poder desmedido, ao oficializar
um monte de benesses aos pobres, com o mote do combate à fome e levá-los a
novos degraus socioeconômicos.
E aí tome bolsas de tudo que é jeito e maneira,
viciando um bando de desocupados que estão se tornando parias remunerados,
estimulando-os a viverem na vagabundagem.
Do dinheiro que recebem dos nossos bolsos, retiram
uma boa parte para fazer uma fezinha nos “BETS”, em torno de R&3 bi que,
certamente, vão fazer falta à sua mesa.
Adicionalmente, há informações vindas do meio rural
que a turma se senta embaixo de uma sombra, para jogar baralha e dominó,
enquanto as lavouras carecem de mão de obra.
Veja pois o tiro no pé do governo. Desvia o nosso
dinheiro “one way”, cria uma fatia significativa de preguiçosos que jamais
darão retorno, tolhendo o desenvolvimento do país pelo dinheiro jogado fora,
num país carente de bons serviços.
Nenhum país se tornou desenvolvido- primeiro mundo –
com essa estratégia política, que só beneficia à essa classe, do presidente ao
vereador, significando um crescimento à moda rabo de cavalo, que cresce para
baixo.
Agora, nas eleições 2024, a máquina de dinheiro foi
acionada com muitas promessas de novos afagos, incluindo ônibus de graça, bolsas
estaduais etc., um chamamento ao voto de cabresto.
Tem que se criar um programa para os pobres? É
justo, mas não para dar tudo de graça, mas os ensinando a pescar, ao invés de
dar o peixe.
Quando na década de 40, frequentei o Grupo Escolar
Inácio de Carvalho, na Cidade de Coruripe, AL, tínhamos aulas no período da
manhã, retornando para casa às 12 horas para almoçar. Os alunos levavam seu
próprio lanche das 10 horas, geralmente uma fruta da época colhida no quintal.
Também uma quartinha para tomar água fresca.
Pela tarde, às 15 horas, o retorno para os trabalhos
manuais. As meninas com seus bastidores para aprender bordar e costurar; e os
meninos com serras em arco para se iniciar na arte da marcenaria ou
alfaiataria.
Todos imbuídos da necessidade de sair da escuridão
do analfabetismo e estimulados pelos pais que visualizavam uma vida melhor para
os seus filhos, bem diferente da sua trajetória sacrificada. Não queriam isso
para eles.
Hoje, não há esse sentimento doméstico em casa, e se
precisa atrair as crianças para a escola, com pratos de comida e incentivos
estipendiários aos pais. Mas estamos num mundo em desando, melhor do que viver
nas ruas, mercê dos atrativos das drogas.
Então, dever-se-ia acabar com os “bombons” políticos
viciantes e investir em serviços nas áreas pobres, como saneamento, melhorias
habitacionais, saúde e educação sanitária. Adicionalmente, a implantação de centros
comunitários, eivados de ensino em tempo integral para as crianças; treinamento
profissional para os adultos e agência de colocação da mão de obra qualificada
nas empresas.
Assim, todos ganham e o país mais ainda,
diferentemente das famigeradas bolsas que é um verdadeiro “revertero”, e todos
perdem. (Maceió, Al,
04.10.2024)