A CATÁSTROFE GAÚCHA
E A MÃO IMPEDIOSA DA MÃE
NATUREZA
Luiz Ferreira da Silva,87
Todos
estarrecidos com as chuvas no Rio Grande do Sul destruindo tudo pela frente,
causando danos físicos e na alma dos seus habitantes.
Temporais
constantes, afetando os vales dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos,
Gravataí. Além do Guaíba, em Porto Alegre, deixando mais de 80 mortos, uma
centena de desaparecidos e danos em casas, estradas, pontes.
Havia
uma Natureza provendo ao Homem, exigindo apenas sua interação com o ambiente
fito-ecológico, ademais do mote: usar sem depredar. De outra forma, ela
não se responsabilizaria com as consequências, alertando: quem transgredir as
minhas leis será cobrado mais tarde.
No
meio rural, a derrubada da vegetação das ribeiras dos rios, evita a erosão de
suas margens e até contribui com a riqueza ictiológica. Nas Cidades, as obras que
tamponam e compactam o solo, as edificações em áreas declivosas, as barreiras verticais,
os esgotos contaminantes, as árvores plantadas inadequadamente no meio urbano, são
agressões.
A chuva é um presente de Deus. Fator fundamental da vida. Mas o Homem, no seu imediatismo e individualismo, também influi negativamente nos seus ciclos, anteriormente bem definidos, provocando distúrbios de toda sorte.
Exemplifico aos prezados leitores para melhor elucidação:
*. No ambiente natural, a chuva é uma dádiva; sempre benvinda. Ela, ao cair, é amortecida pelas árvores, evitando que a sua energia destrua o solo, causando erosão. Imediatamente, as águas vão se amoldando ao terreno, procurando o seu caminho para chegar ao leito do rio, sem antes ir recarregando os depósitos subterrâneos. Nesse seu trajeto, vai molhando as raízes das plantas, solubilizando os nutrientes (alimentos dos vegetais e microrganismos) e matando a sede dos animais. Depois, transforma-se em “fumaça” e volta a formar nuvens, fechando o ciclo biológico.
*.
Diferentemente, uma chuva que cai numa Cidade, cujo Natureza foi alterada, é
sempre motivo de preocupação. A ação do homem sem a devida atenção às
características do solo e aspectos físico-hídricos repercute no bem-estar da população,
desde um simples alagamento à queda de barreiras com danos irreparáveis, como
está acontecendo presentemente com os irmãos do Sul.
Dessa forma, além de se
ajuizar o Homem, de modo geral, quanto à educação ambiental, é também
importante que os Engenheiros aprendam a construir obras que atendam aos
ensinamentos da Mestra Natureza.
Portanto,
pela má intervenção do homem, cada vez mais se agrava o
problema da água, não só neste aspecto catastrófico, mas para próprio consumo
humano, como também para uso industrial e, principalmente, para utilização na
agricultura (irrigação), antevendo-se carência ou grande dispêndio no
tratamento desse importante recurso no próximo milênio. (Maceió/AL,
07-05-2.024).
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