A MÃE NATUREZA
NOS ENSINANDO O CAMINHO DO BEM.
Luiz
Ferreira da Silva, 87
Manoel
Malheiros Tourinho, 82
A floresta emanando ensinamentos.
Nada de
recorrer aos padres, pais de Santos, cartomantes, evangélicos, budistas, xiitas
ou astrólogos. Aliás, Astronomia é ciência e astrologia é coisa de desocupado
querendo ganhar dinheiro dos abestados.
É a mãe
natureza que vai nos dar régua e compasso para gerenciar o mundo, sem
destrui-lo, seguindo o lema USAR SEM DEPREDAR.
Então vamos
lá. Ela vai nos ensinar sem cobrar dízimos. Primeiro, coloquemos uma mochila
nas costas e adentremos a floresta amazônica lá para as bandas do Xingu.
Paremos
numa bela castanheira e, numa linguagem “fito telepática”, escutemos o que ela
tem a nos ensinar.
- Sua copa
apara as águas, amortecendo a força energética, evitando erodir o solo.
- As
bromélias que se agarram ao seu frondoso caule, formam um meio de cultura para
diversos micro-organismos que vão trabalhar em funções especificas.
- As
parceiras, ao seu redor, árvores do mesmo tope, outras mais baixas até chegar
aos extratos inferiores, formam uma comunidade de irmãos, vivendo em
comensalismo, ajudando-se para a preservação de todos, sobretudo cuidando do
solo e da água.
- O sistema
amplo de raízes finas a grandes pivotantes se interagem com as bactérias,
fungos, nematoides e animais, remexendo o solo e o enriquecendo de nutrientes.
Neste contexto a minhoca funciona como um arado, mas sem destruir a capa
orgânica, como o do Homem..
- A água se
amolda ao terreno suprindo as necessidades das plantas, dos animais e
recarregando o lençol freático.
- De
repente, surge o uirapuru com seu canto melodioso para encantar as fêmeas, como
se fosse um buquê de flores à sua amada. Não tem o sentimento nocivo do “dar ou
desce”.
- Um
carapanã zune e lhe rouba um pouco de sangue, sem qualquer infecção, pois faz
parte do sistema de auto sustentabilidade.
- No oco de
uma andiroba, um enxame de abelhas, no seu projeto de polinização, contribuindo
para a perpetuação das espécies, em parceria com os belos beija flores que não
se cantam de imitar os helicópteros.
Esta
resumida descrição fito ecológica já ensina ao Homem sobre solidariedade,
trabalhar em mão dupla, preservar-se e aos seus, não destruir
a o seu meio e caminhar de mãos dadas no mesmo passo.
Daquele
ambiente salutar, continue andar até chegar ao mar. Arreie o matulão e se sente
nas areias brancas de quartzo e sinta a brisa do mar salitrado.
Receba a
energia do trabalho das ondas e o espumar da limpeza dos sargaços. Lá, além os
arrecifes com vida, através do plâncton, provendo as espécies marinhas, observe
as gaivotas se refestelando.
Tudo isso, são
ensinamentos de humildade, trabalho diuturno e compromisso.
Nessa
viagem, em todos os nichos visitados, um outro ensinamento capital, a
capacidade de mudar. De repente, muda o seu meio e as espécies vão se
selecionando naturalmente, adaptando-se, como é o caso da castanhola, árvore
ornamental, que vicejava nos baixios úmidos e teve que migrar para as áreas
secas, quando aqueles se inundaram.
Diferentemente,
o Homem tem medo da morte, do futuro e da mudança, incapaz
de enfrentar, recorrendo aos psicólogos ou ao colo da mamãe.
Entretanto,
não é ela quem vai lhe dar guarida, mas a Mãe Natureza que pode lhe fazer o bem,
desde que aprenda os seus ensinamentos e se enturme no seu grupo, espelhando-se
ao mesmo tempo no macaco jupará ou no
urubu que, sem irem à escola, plantam, respectivamente, cacau e dendê e vivem
felizes e faceiros. (25.09.2024)