sexta-feira, 11 de outubro de 2024

 

A MÃE NATUREZA

NOS ENSINANDO O CAMINHO DO BEM.

Luiz Ferreira da Silva, 87

Manoel Malheiros Tourinho, 82

A floresta emanando ensinamentos.
 

Nada de recorrer aos padres, pais de Santos, cartomantes, evangélicos, budistas, xiitas ou astrólogos. Aliás, Astronomia é ciência e astrologia é coisa de desocupado querendo ganhar dinheiro dos abestados.

É a mãe natureza que vai nos dar régua e compasso para gerenciar o mundo, sem destrui-lo, seguindo o lema USAR SEM DEPREDAR.

Então vamos lá. Ela vai nos ensinar sem cobrar dízimos. Primeiro, coloquemos uma mochila nas costas e adentremos a floresta amazônica lá para as bandas do Xingu.

Paremos numa bela castanheira e, numa linguagem “fito telepática”, escutemos o que ela tem a nos ensinar.

- Sua copa apara as águas, amortecendo a força energética, evitando erodir o solo.

- As bromélias que se agarram ao seu frondoso caule, formam um meio de cultura para diversos micro-organismos que vão trabalhar em funções especificas.

- As parceiras, ao seu redor, árvores do mesmo tope, outras mais baixas até chegar aos extratos inferiores, formam uma comunidade de irmãos, vivendo em comensalismo, ajudando-se para a preservação de todos, sobretudo cuidando do solo e da água.

- O sistema amplo de raízes finas a grandes pivotantes se interagem com as bactérias, fungos, nematoides e animais, remexendo o solo e o enriquecendo de nutrientes. Neste contexto a minhoca funciona como um arado, mas sem destruir a capa orgânica, como o do Homem..

- A água se amolda ao terreno suprindo as necessidades das plantas, dos animais e recarregando o lençol freático.

- De repente, surge o uirapuru com seu canto melodioso para encantar as fêmeas, como se fosse um buquê de flores à sua amada. Não tem o sentimento nocivo do “dar ou desce”.

- Um carapanã zune e lhe rouba um pouco de sangue, sem qualquer infecção, pois faz parte do sistema de auto sustentabilidade.

- No oco de uma andiroba, um enxame de abelhas, no seu projeto de polinização, contribuindo para a perpetuação das espécies, em parceria com os belos beija flores que não se cantam de imitar os helicópteros.

Esta resumida descrição fito ecológica já ensina ao Homem sobre solidariedade, trabalhar em mão dupla, preservar-se e aos seus, não destruir a o seu meio e caminhar de mãos dadas no mesmo passo.

Daquele ambiente salutar, continue andar até chegar ao mar. Arreie o matulão e se sente nas areias brancas de quartzo e sinta a brisa do mar salitrado.

Receba a energia do trabalho das ondas e o espumar da limpeza dos sargaços. Lá, além os arrecifes com vida, através do plâncton, provendo as espécies marinhas, observe as gaivotas se refestelando.

Tudo isso, são ensinamentos de humildade, trabalho diuturno e compromisso.

Nessa viagem, em todos os nichos visitados, um outro ensinamento capital, a capacidade de mudar. De repente, muda o seu meio e as espécies vão se selecionando naturalmente, adaptando-se, como é o caso da castanhola, árvore ornamental, que vicejava nos baixios úmidos e teve que migrar para as áreas secas, quando aqueles se inundaram.

Diferentemente, o Homem tem medo da morte, do futuro e da mudança, incapaz de enfrentar, recorrendo aos psicólogos ou ao colo da mamãe.

Entretanto, não é ela quem vai lhe dar guarida, mas a  Mãe Natureza que pode lhe fazer o bem, desde que aprenda os seus ensinamentos e se enturme no seu grupo, espelhando-se ao mesmo tempo no  macaco jupará ou no urubu que, sem irem à escola, plantam, respectivamente, cacau e dendê e vivem felizes e faceiros. (25.09.2024)

 

 

 

 

 

 

 

 

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