(Meus bisnetos iniciando a vida que a fiz décadas atrás)
OS CABELOS BRANCOS
Luiz Ferreira da
Silva
Estava caminhando pela avenida José Lages,
Maceió/AL, quando avistei na esquina da Drogasil, uma turminha. Quem? Luciana, minha
filha, Gabi, neta e dois bisnetos (Thiaguinho e Beatriz) entrando num carro.
Aproximei-me
e os pequerruchos já estavam sentados no banco traseiro. Vem a surpresa: Bibi,
de 2 anos, deu um pulo, saiu do carro e veio me abraçar, numa euforia sem igual.
Isso, para mim, é sui generis, pois além de
tudo estamos afastados há meses. Tal demonstração de identidade nunca acontecera
com os netos que, nessa idade, eram meio arredios, só se soltando com mais
idade.
Fiquei feliz, lógico, e me bateu uma lembrança
de 15 anos atrás, fazendo uma ilação com o abraço da bisneta de hoje.
Uma vez perguntei a um dos netos porque ficava
retraído comigo e ele me disse algo que me mereceu uma reflexão. - VOCÊ TEM CABELOS BRANCOS! - E o que isso
significa? - VOCÊ É VELHO, respondeu na bucha. Ele tinha uns 5 anos.
Eu passei a associar a ideia dos cabelos
brancos com a velhice e, por tabela, com tudo que é desprezível; enfim, fim de
vida.
Talvez muitos jovens, que não é o caso dos meus
netos, tem certa repulsa dos idosos porque não admitem ser como eles um dia e
até anteveem a morte.
O VELHO representaria, pois, o FIM e causaria
certo medo.
Então, meu caro confrade, avô ou bisavô, sugiro
pintar o cabelo, seguindo a treta das avós e bisas. Dizem elas que rejuvenescem,
também. (Maceió, 27/01/2020)
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