Criei este blog para divulgar minhas ideias na busca de outras, mantendo um vínculo em mão dupla com o prezado leitor, haja vista que, para não se envelhecer, é preciso continuar aprendendo.
sexta-feira, 1 de agosto de 2025
AMAZÔNIA
QUEM AMA A NATUREZA REVERENCIA A AMAZÔNIA>
Luiz Ferreira da Silva, 88 e Manoel
Malheiros Tourinho, 85 Engenheiros Agrônomos Pesquisadores aposentados (CEPLAC),
respectivamente em Ciências do Solo e Ciências Sociais.
A Natureza, aqui se refere ao complexo fito-zoo-ecológico constituído de seres humanos e não
humanos, plantas, animais, solo e água. Em equilíbrio, há a harmonia em todos os
seus componentes, que se constituem de elos de uma cadeia holística, sistêmica,
cada qual com sua missão definida e responsabilidade comprometida. São muitos
ensinamentos nessa cadeia sistêmica a nos orientar. Negligenciar tais
ensinamentos, sábios e Divinos, corremos o risco da nossa própria sobrevivência.
Neste contexto, a Amazônia expressa a Natureza viva, pujante, como um livro
aberto, rico em ensinamentos sistêmicos, onde a cooperação e não a competição,
nos orienta. Infelizmente a maioria dos investidores são incompetentes
funcionais, de elevada má fé com a natureza amazônica, não conseguem fazer a
leitura da obra que o Criador colocou a disposição não do egoísmo, mas da
humanidade solidaria e pacífica. O egoísmo lhes traz a cegueira que não lhes
permite captar as mensagens de convivência compartilhada em mão dupla.
Um exemplo disso é o seu RG florestal; mata fechada, mesmo em áreas de solos
pobres, indicando que a vocação agrícola dessas terras é a florestal. Em outras
palavras, possui DNA dos cultivos perenes, principalmente em contextos
agroflorestais, pouco alterando o solo, um componente vital ao ecossistema úmido
tropical. Para que o leitor possa entender, uma agricultura que poderia ser
chamada de “ombrófila”, na qual o pé de pau é quem manda, é quem rege. Os
cultivos que se adaptem a ele! Eles vieram depois; intrusos. E como tal, não se
deve colocar o Bioma na lógica do intruso, do invasor, do explorador e sim o
contrário.
Seguindo esse raciocínio, plantar feijão, milho e soja, dentre tantos
cultivos anuais, que exigem mexer muito com o solo, não parece uma opção
consentânea à natureza desse ecossistema. A menos que as inteligências
aquarteladas na EMBRAPA e Universidades Federais se movam para a produção
ombrófila. O que se perder em produtividade se ganha em dignidade.
A própria Natureza nos mostra esta assertiva com um de seus componentes espalhados pelas
várzeas, o cacaueiro, que convive com a floresta, participando ativamente do
processo de reciclagem, contribuindo para a manutenção do complexo edáfico. E os
pioneiros baianos, sem anel nos dedos e sem ser alcunhados de empreendedores das
“plantations”, souberam trilhar as plantações de cacau, raleando um pouco a
mata, deixando os jequitibás, os vinháticos, as sapucaias os jatobás, as
cajazeiras em seus nichos, além de enriquecer o ecossistema com os pés de jacas
e outras fruteiras. Da mesma forma, o caboclo de Cametá, município paraense
banhado pelo rio Tocantins, com suas várzeas de solos ricos, cultiva o cacau
convivendo com a Natureza. Na contramão, o Homem na sua insensatez, no Estado
do Pará, quanto no Sul da Bahia, desmatou com a visão de ganhar com a madeira
secular, queimando os restolhos, e plantando capim, deteriorando o complexo
físico-hídrico, por um lado, e pondo em risco de desaparecimento espécies da
rica fauna.
Ademais, o pior está acontecendo com a planta dadivosa, o cacaueiro,
bem da Natureza ao Homem. Pois bem, na onda da chamada agricultura de precisão,
com a aplicação de altos insumos e máquinas sofisticadas, começa a se ver o
cacaueiro, ao invés de fruto-ouro, no sentido da bela cor de seus frutos, como
fruto-prata (dinheiro), explorado a pleno sol, substituindo a condição original
de cultivo ecológico pelo de visão puramente economicista. Que se dane a
Natureza!
Portanto, caro leitor, de modo sucinto, os autores estão tentando
abrir os olhos quanto aos grandes projetos, tanto agrícolas, quanto de
exploração de petróleo, além de geração de energias, comprometendo todo
arcabouço montado pela Natureza, desequilibrando seu sistema holístico,
integrado e interativo. É só para PENSAR! (30.07.2025).
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