Neste
mês de junho, o Nordeste abre o seu sorriso: é só alegria. Começa no dia de São
José. A satisfação do Homem, lá do agreste de
Caruaru, que plantou seu pequeno roçado no dia de São José e está se deliciando
com o mungunzá, a pamonha, a canjica, sob o calor da fogueira e ouvindo
"Olhar pro céu meu amor", do Gonzagão.
E tudo
é simples. Basta se atentar ao harmonioso trio instrumental que contagia a todos. Uma sanfona, uma zabumba e um triângulo. Só,
somente só. Faz um maracanã dançar. Não abafa a voz do bom cantor e o povo
sente a música, estremece o corpo e aplaude.
Os
três simples instrumentos nasceram um para o outro: se entendem, se harmonizam
e se sonorizam. Só podiam ser filhos do Gonzagão.
Antes
eram dois e só depois foi agregado o triângulo, quando o rei do baião viu um
garoto vendendo picolé com o instrumento lhe servindo de chamada de atenção ao
seu produto. Imediatamente, deu-lhe um estalo e estava formado o trio.
Eu,
que nada sei de música, fico encantado e até gostaria que um musicista, a
exemplo do pianista João Carlos Martins, estudasse esse fenômeno harmônico,
patrimônio sonoro nordestino.
Nada a ver com as bandas de forró de hoje, com uma ruma de instrumentos,
produzindo mais zoada do que som melodioso. Talvez, uma estratégia dos cantores
– a maioria sem talento – para abafar a sua voz desafinada.
ISSO É O QUE SE CHAMA FELICIDADE!